quinta-feira, 3 de julho de 2008

Le Moulin



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yann tiersen

Bondade

A bondade é uma palavra carinhosa
A bondade é uma palavra amorosa
A bondade é uma palavra de amor
A bondade é uma coisa que faz crescer a flor.

A bondade é algo que faz alguém feliz
A bondade vê-se quando tu sorris
A bondade está dentro do ser
A bondade faz-nos viver.

João Francisco
9 anos

Desculpa

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amo-te

Dor

É como um si bemol que dura eternamente.
É como um pássaro sem asas,
Uma borboleta sem cor.
É como sentir o sal do mar dentro do peito
E desejar que o vento seque mais depressa o rosto.
É como amarras que prendem a alma.
É como um voto de silêncio.
É como a vida sem imagens.
É como um soluçar tangente ao arco da solidão.
É como perder o único objectivo traçado,
Desistir de respirar.
É como perder a chave da nossa própria gaiola.
É o mundo a preto e branco porque as cores deixaram a miragem.
É um desistir de tudo e de todos,
Uma falta de acreditar,
Um morrer lentamente,
Um devorar da vontade.
É como sentir desfazer-se pedaço a pedaço cada parte do corpo.
É não dormir apesar de exaustão.
É querer nada por sentir tudo,
É querer tudo por não ter nada.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Jumento (ao quadrado)

- De qualquer forma é um quadrado!
- Não! Não é! é um rectângulo! Não consegues ver que tem um lado mais comprido que outro?
- Epah... A mim parece-me que é nitidamente um quadrado... ou não sabes o que é um quadrado?
- Sei perfeitamente! Não sou ignorante ao contrario de certas pessoas que têm um rectângulo á frente e continuam a afirmar cegamente que é um quadrado.
- Pronto... não posso fazer nada se não aprendeste isto bem na escolinha. Até o meu filho sabe melhor o que é um quadrado do que tu.
- Mas pai, é um círculo...
- Cala-te! Isto não são conversas de meninos pequenos!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sweet About Me

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Gabriella Cilmi

quarta-feira, 18 de junho de 2008

aiiii a nossa vidinha...

"Os jovens têm muito tempo morto nas mãos! Não admira encontrar um grupo a passear alguns desses cães saídos de uma luta organizada, para surpreender e obrigar um idoso a enfiar salsichas nas próprias calças, e a fugir o mais que possa antes de os cães serem soltos, só para ser perseguido e caçado como um animal, para ser mordido, urinando, gritando por auxílio e tentando afastar o perigo, sendo derrubado, chorando, despido à dentada, assistindo à própria mutilação num coro estéreo de rosnar, enquanto é mastigado, ficando sem orelha, falanges dos dedos nas mãos, parte dos órgãos genitais, observando uma mistura de satisfação e preocupação no rosto de quem o rodeia, a perder sangue e a revirar os olhos lacrimejantes em asfixia muda, enxovalhado como um boneco, abandonado até à morte... Basta de facilitismo em Portugal!

Protejam as nossas crianças! A observação paternal da felicidade no rosto de uma criança que se liga pela primeira vez à Internet para procurar bonecos do Noddy ou do Bob, o construtor, não se compadece com a possibilidade de ela aceder a um encontro anónimo com um amigo virtual que a transporte para uma cave remota sendo seduzida a beber álcool, espancada, amarrada a um canto para ser negociado um contrato de estupro, sendo a criança violada repetidamente por terceiros enquanto grita, chora e entra em estado de choque, sofrendo espasmos e ablando sangue... Para ser calada por mordaça ou coronhada, e no caso de venda internacional bem sucedida ser entregue a um circuito de uma rede pedófila... Senão, malograda, sofre a humilhação de ver um plástico ser estendido no chão, onde é colocada, esbofeteada, queimada com pontas de cigarro enquanto grita, urinada enquanto chora, cuspida com insultos, asfixiada, esfaqueada em ritual, e enquanto crê num último momento de salvação, sofre um esmagamento craniano, sendo o corpo depositado num bidão metálico para ser queimado num silêncio crepitante e perturbante, um conluio entre quem planeia o próximo contacto... Calma, Portugal!

Não há tempo a perder sem mecanismos de defesa, o crime é cada vez mais sofisticado! A ver vamos encontrar corpos estatelados de quedas elevadas, tiros intencionais na coluna vertebral, estropiados abandonados no mato, cães degolados ao vivo em creches, drive-by junto a colégios, membros humanos incapacitados por tiros de shotgun, cabeças de gato largadas em transportes públicos, taxistas manetas por machadada, cemitérios em chamas, suásticas gravadas em igrejas, padres coroados com arame farpado, médicos tornados cegos e obrigados a beber soda cáustica… Ainda há muito racismo em Portugal, cada carapinha é um alvo, cada cabeça rapada tem uma goela a mais... Calma!

Este país precisa de quem lhe pegue a ferro e fogo! Não me surpreende, a curto prazo, encontrar igrejas e viaturas queimadas ou baleadas, actos passíveis de pedofilia, lenocínio ou consumo de estupefacientes nas escolas, ameaças e agressões em grupo a professores, pais e funcionários, cães vadios imolados, cadáveres de sem-abrigo empilhados no interior de recintos escolares, crianças de lábios grudados amarradas a árvores, incêndios em área urbana circundante, padres banhados em lixo, adolescentes com madeixas arrancadas, facadas anónimas, adeptos enforcados com o próprio cachecol, edifícios espelhados pintados ou quebrados, dejectos abandonados frente a instituições públicas, assaltos no metro em pleno dia, pares de agentes policiais dominados e abatidos com a própria arma, viagens de táxi pagas a murro e a martelo, tudo colmatado com o voto de silêncio de gangues organizados de jovens endoutrinados amargurados com o sistema… Calma Portugal!"

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1330073&idCanal=58

Merece um oscar! xD

terça-feira, 17 de junho de 2008

Balancê



Como vi dançar no Zimbabué
Quero também contigo gingar
Uma dança nova
Mistura de Semba com Samba
De Mambo com Rumba
Tua mão na minha
E a minha na tua

Balancê ye
Balança ya
Swinga para lá
Swinga pra cá ye

Balancê ye
Balança ya
Maria José
Swing no pé
Senão chega p'ra lá ye

Somos livres para celebrar
Somos livres para nos libertar
Como crianças brincando
Crianças sorrindo
Crianças sendo crianças... ah!
Como crianças brincando
Crianças sorrindo
Crianças...

Balancê ye
Balança ya
Swinga para lá
Swinga pra cá ye

Balancê ye
Balança ya
Maria José
Swing no pé
Senão chega p'ra lá ye

Adoro quando te deixas levar assim
Fechas os olhos e danças só para mim
Uma dança tua
Mistura de não vem que não tem
Com um sorriso porém que me diz que o teu desdém
É só a manhã de alguém
Que diz que vai mas que vem
Me engana que eu gosto


Balancê ye
Balança ya
Swinga para lá
Swinga pra cá ye

Balancê ye
Balança ya
Maria José
Swing no pé
Senão chega p'ra lá ye

Balancê ye
Balança ya
Swinga para lá
Swinga pra cá ye

Balancê ye
Balança ya
Maria José
Swing no pé
Senão chega p'ra lá ye

domingo, 15 de junho de 2008

Segredo, pianíssimo...

pianíssimo. o andar. o correr. o soprar de mansinho as palavras ao ouvido. como quem sussurra uma musica. nas cordas do violino que arranham da garra de tocar tão pianíssimo. o cabelo solto ao vento espalha, por cada fio de cabelo uma nota diferente que te bate na cara. das raízes se soltam as notas mais graves que escorrem até aos limiares dos teus ramos. sempre pianíssimo. as folhas. o vento. o beijo do sol e da lua. nos teus braços um abraço. sempre pianíssimo a tua maneira de ser. não fales. sonha. e liberta toda a vontade, sempre pianíssimo. liberta a liberdade. voa com as tuas asas. brancas e pretas de primavera. alto. pianíssimo. longe. pianíssimo. poisa numa estrela tão linda e brilhante. ela que te embala todas a noites. aquela canção. tão pianíssimo. tão bela. tão curta e profunda. tão pianíssimo. aquele céu. cheio de silêncios e murmúrios. cheio de livres borboletas a voar pianíssimo.

a tua vida tão pianíssimo.

sábado, 14 de junho de 2008

Fade to Black

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I . II . III .

Capítulo I
- Que me dizes? - perguntaste sem equacionares muito bem o risco de ela te dizer que não e deitar por terra todas as tuas esperanças. Fez-se um longo silêncio. Os seus olhos tremiam de cansaço e espanto. Nunca te pensara capaz de tal coragem. Balançou lentamente a cabeça de um modo como quem se equilibra entre o bom e o mau. Entrelaçou os dedos, deu uma volta ao calcanhar, inspirou e num sopro repentino resolveu-se por ti.
- Sim, aceito!
Capítulo II
A lua já ia no alto apesar de o sol ainda iluminar os seus cabelos. Castanhos, ou loiros, pareciam reflexos de lume aceso, um laranja que queima e fere a vista. As sua mãos seguravam a tua cintura com força. O medo de cair era muito. Se caísse, caíam as esperanças dos dois, os sonhos ficariam ali, na terra batida de tantos seres meio escravos, meio cães que pisaram aquele chão. Os seus sonhos eram mais valiosos para ti que os teus próprios desejos, e ainda nem o nome dela sabias.
Capítulo III
Já dormia no teu colo. Os seus olhos cores de prata banhada de uma luz fora do normal estavam agora fechados. Talvez a amadurecer a beleza para na manha seguinte se apressarem a dar-te os bons dias. Parecia ainda uma criança, tão frágil, tão menina. Tão verdadeiramente verdadeira de tantas verdades! E tu? Ah... amanhã penso nisso. Vou enrolar-me no teu bolso quente, vou dormir e sonhar com a tua felicidade.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Até ao Fim do Fim

Então está tudo dito meu amor
Por favor não penses mais em mim
O que é eterno acabou connosco
E este é o princípio do fim
Mas sempre que te vir eu vou sofrer
E sempre que te ouvir eu vou calar
Cada vez que chegares eu vou fugir
Mas mesmo assim amor eu vou-te amar
Até ao fim do fim eu vou-te amar
Então está tudo dito meu amor
Acaba aqui o que não tinha fim
P'ra ser eterno tudo o que pensamos
Precisava que pensasses mais em mim
P'ra ti pensar a dois é uma prisão
P'ra mim é a única forma de voar
Precisas de agradar a muita gente
Eu por mim só a ti queria agradar
Mas mesmo assim amor eu vou-te amar
Até ao fim do fim eu vou-te amar

Ana Moura

Superfícies.

Sentir texturas. Quando não tenho mais nada para fazer, sonha-las e lembra-las tal e qual como eram e se transformaram para mim numa sensação, num sentimento... Colecciono momentos assim tão facilmente como quem colecciona borboletas. Vou colando na minha memória, organizada por gavetas, as emoções de olhares, de sorrisos que me dão por ser eu própria, todos os dias!

a textura dos teus dedos cansados de escrever
a textura do gelado de canela que derrete lentamente na boca
a textura da tua cara com barba por fazer
a textura de uma folha de papel amarrotada

a textura do vento a bater na minha pele
aquela que tu abraçaste com a textura do teu corpo
a textura da madeira e da parede por pintar
a textura da areia, do sol, do mar

segunda-feira, 24 de março de 2008

Valerie



Well sometimes I go out, by myself, and I look across the water.
And I think of all the things, of what you're doing, and in my head I paint a picture.

terça-feira, 11 de março de 2008

parlez avec moi

Conversar.
Tagarelar.
Não sei mas sabe bem.
Quando, por simples vontade
ou necessidade
soltamos palavras que têm sentido,
nem que seja só para nós.
E as que lhes faltam sentido
saem também com honra e elegância
tornando-se rapidamente nossas,
mesmo sem querer.

Segredos que se sabem
e se calam ou se falam.

Gosto de ouvir falar.
Saber pensamentos,
ideias, argumentos.
Saber sentimentos.

Gosto que confiem
Que chorem no meu colo
Que procurem consolo.
Saber pormenores e detalhes.
Com franqueza.
Inventados até.
Coleccionados por alguém.
Depois guardá-los todos.
Para tema de conversa
ou só porque sim
entregar a mim todo o conhecimento alheio
sem dar muita importância de onde provem

Aprende-se com todas as palavras.
Provenientes de todos os meios.
Nem que seja a não dizê-las.

As Notas de Bolso de Miss Landisson

Os olhos perdem-se na insegurança de quem bebe as palavras que saem de bocas alheias sem sequer as questionar. Bebe os gestos, os olhares, os pensamentos. Das vontades se alimenta e se constrói. É do contra, é contra tudo e contra nada se manifesta. É o laranja do sol-posto. É o azul que tinge o mar. É a estrada de alguém percorrida por si mesma. E em si mesma se envolve, procurando aconchego.

Dilema. Quando sorrimos demais parecemos falsos, se sorrimos de menos somos antipáticos. Se rimos em gargalhadas somos descontrolados, se não damos uma gargalhada somos retraídos e infelizes. Se falamos muito, falamos demais. Se falamos pouco, não falamos. Se exprimimos sentimentos pelas feições da cara somos exagerados, se não as exprimimos somos tímidos... mais vale ficar em casa hoje.

água. Areia. Sal. O que se segue? Sopa da pedra.

Desejo ter algo que me aqueça. Não porque tenho frio mas simplesmente para poder dar algum calor.

Boneca de porcelana abandonada. Se vivesses. Se falasses. Que não viste tu já deste mundo meu? Olhos verdes-azuis-acastanhados. Vestido branco com cetim encarnado. Lábios pequenos, pele luzidia. Seres eu por um dia.

A luz. Provém a ideia de uma salvação. Algo que aquece, que ilumina, que traz conforto e segurança. Boa ideia. Sucesso. E pensar que tenho três candeeiros no meu quarto e nenhum deles me ilumina. Como janelas que rasguei na parede, para poder respirar, sem nunca as abrir por não ter falta de ar. As ideias que me surgem parecem “desiluminadas”. Parecem longe daquilo que busco. Mas são minhas. E levam sempre a algum lugar.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Metade



Oswaldo Montenegro

Angústia x Palavras = Loucura

dentro do peito a saudade mata.
dentro do peito vem uma angústia que corta.
dentro do peito aprisionada a vontade.
dentro do peito as palavras.

Trago em mim a minha e a tua tristeza.
Trago em mim a vontade de chorar no teu ombro.
Trago em mim a louca certeza.
Trago em mim um pouco de tudo.

Nos meus olhos param teus gestos.
Escondem vergonhas caladas e perdidas no tempo.
Os momentos, as horas, o teu silêncio... a minha vida.
Escolho que assim seja.
E que passes por mim sem que te doa
Por mais doloroso que para mim fique.

"E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade...
...também."