terça-feira, 30 de outubro de 2007

Soulmate

A viagem demora e lá fora, pela janela do carro, onde os pingos de chuva fazem corridas eternas, a rua parece sempre igual. A nossa rua. Aquela que corremos. E onde nos perdemos. Um pouco por todo o lado... As árvores passam apressadas e as pedras do caminho, e tudo nos passa ao lado. E nós paramos. Andamos em círculos e em círculos imperfeitos nos tornamos. Qual a razão de estarmos tanto tempo sem sabermos onde ficar? Escolher a pessoa certa demora? Encontrá-la é mais difícil? "If there’s a soulmate for everyone."
O rádio do carro é o único a quebrar o silêncio. E o silêncio transforma-se numa forma totalmente incompatível no nosso diálogo. Desvias os olhos da estrada e fitas os meus gestos. Finjo não ver. E continuo... sempre em círculos... A tua respiração quente embacia o meu olhar e fico meio adormecida á espera de mais algum gesto da tua parte, que continues o movimento, que não pares a meio... Mas, tarde demais... Tu já não olhas, já não me pertences mais.
O vidro continua molhado mas as gotas já não correm. Ficaram estáticas a observar a tua maneira de ser. Impressiona o teu modo próprio. E somos tão diferentes e nem sei porque continuas a mesma viagem... Ou talvez já tenhas mudado de rumo e eu vá por arrasto porque já te habituaste a ter-me no lugar ao lado do teu. Mas já não te pertenço. Tu já não me pertences e aceitamos isso naturalmente apesar de não termos vontade de o afirmar. É tão confortável saber-te na mesma situação, mesmo sem falar contigo (o silencio diz tudo).
Porque a viagem não acaba. Apesar de parecer mais curta, não é sempre em linha recta. E tu falas e eu não ouço. E eu falo e não sai qualquer som. Quem não quer alguém para amar mesmo que esse amor vá e fique suspenso por um silencio ensurdecedor.
"Somebody tell me why I'm on my own if there's a soulmate for everyone"




Incompatible, it don't matter though
'cos someone's bound to hear my cry
Speak out if you do
you're not easy to find

Is it possible Mr. Loveable
is already in my life?
right in front of me
or maybe you're in disguise

Who doesn't long for someone to hold
who knows how to love you without being told
somebody tell me why I'm on my own
if there's a soulmate for everyone

Here we are again, circles never end
how do I find the perfect fit
there's enough for everyone
but I'm still waiting in line

Who doesn't long for someone to hold
who knows how to love you without being told
somebody tell me why I'm on my own
if there's a soulmate for everyone

If there's a soulmate for everyone

Most relationships seem so transitory
They're all good but not the permanent one

Who doesn't long for someone to hold
who knows how to love you without being told
somebody tell me why I'm on my own
if there's a soulmate for everyone

Who doesn't long for someone to hold
who knows how to love you without being told
somebody tell me why I'm on my own
if there's a soulmate for everyone
If there's a soulmate for everyone

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Chuva

Crónica de uma Morte Enamorada

Quando ouvimos de leve a passagem do vento.
Quando o tempo se perde nas horas e os ponteiros enlouquecem.
Quando o sol não é suficiente para iluminar os teus olhos.
Eu desejo...
Desejo tornar-me vento para soprar a tua pele.
Desejo tornar-me tempo para poder voltar ao teu momento.
Desejo tornar-me lua para ver os teus olhos dormirem.

Sem assunto


Não sei o que escrever... Tenho, ultimamente, sentido um enorme vazio de sensações. Falta de "coisas" que não sei bem o que são. Demasiadas certezas para quem sabe to pouco, e se sente tão pequena. O branco de uma folha de papel assusta, mas o negro da tinta também. E o refúgio é sempre o mesmo: as minhas horas de observação do mundo. Vou construindo poemas soltos que, como Cesário Verde, descrevem o que passa, o que vejo. Mas rapidamente vão e não voltam. O cenário rasgou e a campânula de vidro onde guardo as memórias partiu. E não só me escaparam aquelas memórias imediatas como as mais longínquas correm agora pelas pedras da calçada. E fico nua, ali, parada, sem sentido e direcção, para quem quiser saber mais que eu sobre a minha própria vida. E quando o cansaço é pesado demais, e a loucura começa a ser o nosso alimento mais doce, deixo-me ir sem saber por onde vou, sem saber como voltar a superfície... mas vou.
Quando volto? Não sei... as vezes demoram horas, minutos, dias, segundos, meses, semanas, anos...
Quando acordo passaram só duas horas, trinta e sete minutos e vinte e quatro segundos. Mas a loucura fez-me bem!

Troco a folha branca que tanto me assusta por uma azul pálido, e a tinta preta da caneta que teimava em não fluir por um lápis de carvão abandonado no banco de metro.
E desenhei... as pessoas, as vidas, os mesmos olhares e olhares diferentes...
A vida tornou-se simplesmente mais simples.
Viva o insano da mente tão pouco citado!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Moda Antiga =)



Mickey Mouse <3

. , ; ! ?

Ola tudo bem como vai tudo eu sei o tempo está estranho nem parece outono então e que tens feito nada de especial também não há novidades e a família está boa e o pessoal sim também está tudo bom eu dou cumprimentos igualmente epa vinha buscar uns papeis para levar a repartição de finanças mas isto está a demorar e estou a ver que tenho de passar cá mais logo porque não tenho vida para isto e tu vens ao que pois é complicado a esta hora ai está então o que tem pois é do tempo nunca sabemos o que devemos vestir e depois constipamo-nos e verdade sim senhor da lá as melhoras então vá vemo-nos por ai cumprimentos a família e as melhoras para a tua irmã xau xau beijinhos.

domingo, 21 de outubro de 2007

Eu Chovi (L)

Naquela noite, a chuva soube bem. Gostei de sentir os medos e coragens de tuas mãos. E andar e correr pelas mesmas ruas que percorremos um dia. Nunca mais me deixei iludir pela distancia. Quando gostamos, gostamos. E quando nos pertencemos, pertencemos. A vida é muito maior nestes momentos em que o coração sobe mais alto. As estrelas brilhavam mais que nunca, como nunca mais vão brilhar. E nós vimos. E nós morremos com elas. E em pó de estrelas nos transformamos. Quem disse que o homem é pequeno para o universo? Quando nos sentimos maiores somos nós mesmos. E nós mesmos continuaremos a ser até acabarem as horas, até não pudermos respirar mais, até o mar e a chuva inundarem as nossas veias. E quando um dia terminar, vou abrir a tua janela, para la do infinito, e voltar a correr por ti e por mim. Lá mais longe que fomos. E o sol não vai queimar mais nada, e a chuva não vai molhar mais de mim. Lembras-te das tuas palavras? E os meus olhos beberam a forma dos teus lábios. A tua boca, onde guardas o mais precioso de ti. O teu sorriso. E sorris e o resto do mundo não é mais importante para mim. Abres a minha janela. E vez meu mar, e o meu céu, e o meu horizonte que se funde com o teu colo onde me deixas dormir mais um pouco todas as manhas. Suspiro mais fundo quando no meio dos lençóis descubro a tua pele. E o teu respirar. E o meu sonho. Escolho, perder-me contigo sabe melhor quando há chuva lá fora. A nossa história não termina agora. E eu sou o sol e tu és o meu arco-íris. Perguntas se prefiro guardar um pouco de alma para depois? A lembrança de ter todos os momentos e os momentos terem escolhido pertencerem ao único sentimento que perdura na vida inteira.
Porque o meu amor pertence a quem deve pertencer!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

O Fabuloso Destino de...

Mais perto do que imaginamos está o nosso destino. Ou como, quem não acredita nas Suas obras gosta de chamar, o indefinido percurso da vida... O futuro é sempre muito peculiar quando diz respeito a nossa vida, nunca se sabe que parte do mundo nos cabe, ou nos enche, ou nos falta... O Futuro é curto e comprido, demora e é facilmente descoberto, quando menos se espera chegamos aos lugares mais difíceis de encontrar. Quanto mais buscamos as nossas respostas, mais o tempo nos foge e a ansiedade nos atropela os sentidos. Saber mais que o próprio destino... Fingir o futuro e o presente, com vontade de lembrar o passado. E ficamos todos perdidos no tempo e no espaço, em busca de um final, do que vem depois, do Futuro. Não será só vontade de se preocupar com alguma coisa que fingimos interessante porque as nossas vidas são estreitas e vão sempre dar ao mesmo caminho? Será que a vida que dançamos não passa de um jogo em que quem ganha, perde? E a valsa que vivemos suspende a verdade no ar e permite mais um ou dois dias a respirar o perfume da incerteza?


segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Amigo,

Porque ás vezes magoar as pessoas de quem realmente gostamos acontece.
Porque é inevitável sentirmo-nos feridos com algumas atitudes que não compreendemos bem.
Nem sempre é fácil perder a razão e continuar com a cabeça erguida para o mundo.
E quando erramos sentirmos o pavor de podermos não ser perdoados.
Porque seguir o nosso caminho e admitir nossas escolhas nem sempre é fácil, uma vez que por vezes nem sabemos bem que caminho escolher.
Porque algumas palavras, quando faladas, não se podem retirar. Mesmo depois de perderem o sentido elas continuam lá, perdidas no tempo e num espaço guardado no lado esquerdo.
Pensar que afinal o caminho que seguimos não é o melhor para nós e para os outros mas como o escolhemos não podemos voltar atrás. Aceitar as consequências!
E a coragem das pessoas não está em lançar-se em perigos arriscando e arrastando a felicidade. Mas sim, na capacidade de escolher como nossas as consequências dos nossos actos, mesmo difíceis, mesmo inseguros.

sábado, 13 de outubro de 2007

Hallelujah

Há sempre algo que nos ultrapassa o espírito, e a alma parece pequena para te por la dentro... Quando perco o teu beijo e fico sem saber o teu sabor. Quando perco os teus olhos na multidão que me assombra. e aquela sensação de te conhecer tao pouco e desejar tanto perceber mais de ti faz com que o tempo não passe e torne esternos os momentos que estivemos mais próximos e... Tenho a sensação que me esforço demais por rir daquilo que ris e te olhar nos olhos mesmo quando não me vês.
Estou aqui a mais tempo do que pensas, talvez nem penses que eu estou aqui a tua espera. nem desconfias que sentar-me ao teu lado no sofá da sala doi. Não poder dar-te a mão outra vez. Porque as mãos seguram muita coisa mas deixaram cair o mais precioso.
Hallelujah.
Tu simplesmente seguiste em frente. E, perdeste-te de mim e na noite, e nem te despediste. E nunca mais voltaste da mesma maneira.
Soou estranho e vitoriosamente esquisito falar de ti ontem, anteontem, hoje e pensar em ti. Que sortes posso eu tirar deste tudo ou nada?...
porque "tight you to my kitchen cher, broke you trone and cute your hair" não é mais que um verso de uma musica que faz morrer e ressuscitar de uma só vez o melhor que há em mim. Gostava de te dar a conhecer o meu halelujah.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Mãe Negra



Pela estrada desce a noite
Mãe-Negra, desce com ela...

Nem buganvílias vermelhas,
Nem vestidinhos de folhos,
Nem brincadeiras de guisos,
Nas suas mãos apertadas.
Só duas lágrimas grossas,
Em duas faces cansadas.

Mãe-Negra tem voz de vento,
Voz de silêncio batendo
Nas folhas do cajueiro...

Tem voz de noite, descendo,
De mansinho, pela estrada.

Que é feito desses meninos
Que gostava de embalar?

Que é feito desses meninos
Que ela ajudou a criar?
Quem ouve agora as histórias
Que costumava contar?

Mãe-Negra não sabe nada...

Mas ai de quem sabe tudo,
Como eu sei tudo
Mãe-Negra

Os teus meninos cresceram,
E esqueceram as histórias
Que costumavas contar.

Muitos partiram p'ra longe,
Quem sabe se hão-de voltar

Só tu ficaste esperando,
Mãos cruzadas no regaço,
Bem quieta bem calada.

É a tua a voz deste vento,
Desta saudade descendo,
De mansinho pela estrada.

Quem Passa Nestas Ruas.

Quantos mais vão ter de sofrer?
Num mundo cruel em que os sonhos se perdem entre a fome e a maldade dos homens, tudo á volta sofre uma perda de cor.
Lá longe as colinas já não são verdes, o teu cabelo vermelho, as tuas mãos negras do pó.
A criança que levas nos braços olha o céu e dor.
La longe ficou a esperança.
Cada dia que passa a dor dos homens é menor porque cada vez mais o coração bate menos. Pensar num mundo onde não exista guerra, ódio, fome, pensar que os sonhos não se perdem num céu de dor qualquer e saborear essa imagem sempre em busca de um pincel e tintas para a poder pintar por aí.
É o nosso dever como irmãos!

O Sonho faz Viver!

O sonho faz voar.
E as asas que crescem em nós são a melodia da vida.
Abrir asas e voar é o mesmo que procurar os nossos sonhos que tantas vezes se encontram no meio de tantos outros. Perdidos, confusos.
Viver sempre a sonhar e sempre a voar.
Ver o mundo das nuvens e concluir que é mais azul que tudo.
Criar o nosso mundo e prendermo-nos a ele e viver segundo nossas liberdades e escolhas.
Correr os campos e jardins e colher a alma e a vontade dos homens.
Que é isto tudo se não sonhos?
Quem pode viver sem eles?

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Minha Sábia Árvore

Gosto da madeira. Sentir e acariciar a simplicidade dos veios que correm e que ficam... Que marcam uma vida. De alguém que foi árvore, de alguém que foi vida. E agora é madeira. Agora é madeira....


A vida passa e as árvores crescem... e a natureza é assim... que um dia eu possa falar com ela e deitar-me com as árvores e ser madeira e ser vida. Quando chegar a altura de o ser, que tenha alguém para acariciar os meus veios e que me veja como árvore.


O orgulho do meu jardim é ter plantado muitas pequenas flores e ter colhido muitas alegrias. E ter árvores com as suas rugas, que me guiam, que me ensinam e me protegem.



Será que choras?
Será que ris igual a mim?
O que escondem teus olhos?
Perco-me assim...
Não sei o que sentes.
Nem sei se o sentes.
Tão natural,
Ou naturalmente presentes
Os teus olhos em mim.
E perco-me assim...
Será que ris igual a mim?
Que escondem tuas mãos?
Seguramos o mundo
Que lançamos nas ruas.
Essas mãos tuas
Que me tocaram bem fundo
No meu coração.
E perdidos os dois.
Perdidos enfim...
Será que o sentes igual a mim?

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

*

Quando estamos longe é que damos o verdadeiro valor as coisas.. quando nos fazem falta...

O tempo passa e nos achamos sempre que ainda é cedo, que o sol se põe amanha, que para la do oceano mais oceano e o céu não mergulha nunca.

E tanta gente que passa por nos... e tão pouca gente que fica... da maneira mais simples... Simplesmente fica.

Eu tenho sorte (ou azar) mas gosto dos pequenos momentos, dos pequenos gestos, pequenos pormenores. Lembro-me de coisas que atormentam por lhes dar tanta profundidade. Talvez por ser a única coisa que me prende a alguém...

Outras pessoas, simplesmente fazem e mim, uma pessoa melhor!

Obrigado <3