quinta-feira, 29 de novembro de 2007

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O Castelo Andante

"Sophie (Baisho) é uma adolescente de 18 anos que trabalha na loja de chapéus da família. Na cidade ouvem-se os clamores da guerra que é travada com uma nação vizinha. Howl (Kimura), um feiticeiro bem-parecido, com fama de devorar corações de jovens belas, usa os seus poderes para tentar minorar os efeitos do conflito. Quando regressa a casa, Sophie cruza-se com Howl, mas o encontro é registado pela Bruxa do Nada (Miwa), que, movida por ciúmes, a faz envelhecer até aos 90 anos. Sophie enfrenta a sua nova condição geriátrica e parte à procura de quem a ajude a recuperar a juventude, prestando-se a trabalhar arduamente como criada, apesar de ter já ultrapassado em três ou quatro décadas a idade a partir da qual a maioria dos portugueses preferia estar reformado.
Um novo filme de Miyazaki Hayao — que, felizmente, não se reformou aos 60 anos —, é sempre recebido com enorme expectativa por todos aqueles que conhecem a sua obra. Quem aprecia animação de qualidade também não pode deixar de se entusiasmar com a possibilidade de ver esta obra no grande ecrã, numa altura em que a animação tradicional tem cada vez menos presença no circuito comercial.
Miyazaki não procurou surpreender ninguém com «O Castelo Andante». O filme é adaptado da obra “How'l Moving Castle” (1986), da escritora britânica Diana Wynne Jones, mas é uma entrada que se mescla na perfeição na filmografia do realizador japonês.
Haverá quem considere o novo filme demasiado “coerente” com a obra que o precede. Mesmo ignorando a coincidência de ser o terceiro filme com a palavra “castelo” no título 1, ressalta o facto das personagens, a estrutura e os motores do conflito poderem ter sido simplesmente reaproveitados e adaptados para as linhas gerais do livro de Wynne Jones.
O cenário de uma nação num passado abstracto ou alternativo da Europa tem surgido ao longo da obra do co-fundador do Studio Ghibli. Em «Lupin III: The Castle of Cagliostro» (1979), «Laputa: Castle in the Sky» (1986), «Kiki's Delivery Service» (1989) e «Porco Rosso» (1992). Mulheres jovens, fortes e determinadas protagonizam «Nausicäa of the Valley of the Winds» (1984) e «Mononoke Hime» (1997), com versões mais jovens em «Kiki's Delivery Service», «Tonari no Totoro» (1988) e «A Viagem de Chihiro» (2001) 2.
As consequências negativas da intervenção do Homem no meio ambiente, contribuindo para o seu desequilíbrio ou até aniquilação (no caso de «Nausicäa»), é outro dos temas fortes do cinema de Miyazaki Hayao. A guerra e a procura pelo poder também tem marcado presença, ainda que o realizador tenha evitado utilizar “vilões” estereotipados. Aqui, tal como em «A Viagem de Chihiro» e na generalidade dos seus filmes — com excepção de «Lupin III» e «Laputa» —, dificilmente se pode empregar esse termo sem uma pausa para reflexão.
A troca da cidade pelo campo representa a negação da intervenção desregrada do Homem na Natureza e o abraçar de um modo de vida mais em harmonia com o mundo natural. A viagem de Sophie é, portanto, simbólica. Tal como o foi, também, a de Chihiro, a menina mimada da cidade. O cenário idílico do fascinante «Totoro» — quem sabe, o melhor filme infantil de sempre —, é, todo ele, uma ode à vida equilibrada, um voltar de costas ao stress das grandes cidades.
Estas preocupações e a dicotomia Homem-Natureza não têm reflexo somente na obra do realizador de «A Viagem de Chihiro», mas são uma constante na obra Ghibli, como se pode constatar, por exemplo, por outros dois grandes filmes, assinados por Takahata Isao: «Only Yesterday» (1991) e «Pom Poko» (1994).
Reconhecemos a paternidade da obra pelos primeiros frames que vemos no ecrã, acompanhados pela música do fiel colaborador Hisaishi Jo. Mas em que medida é que «Hauro no Ugoku Shiro» deixa o conhecedor da obra de Miyazaki com a impressão de estar a consumir um produto requentado?
A sensação de voltarmos a um local familiar do qual gostamos muito é naturalmente positiva. As personagens também não nos são estranhas, nem o seu “humanismo” — condição que o director do Festival de Veneza, Marco Müller, salientou para justificar o Leão de Ouro pela carreira que entregou a Miyazaki. Não poderíamos imaginar Sophie a ser motivada por vingança ou a sentir ódio por quem a enfeitiçou; pratica, ao invés, a compaixão perante os que a prejudicaram (um princípio do budismo).
É no segmento final que sentimos que há algo que não flui naturalmente. Depois de momentos muito similares ao filme anterior, com a caminhada da bruxa, do cão e da “jovem”, paralela à sequência em que Chihiro é acompanhada pelo “Sem Face” e outras criaturas enfeitiçadas, chegamos a um final abrupto, sem uma conclusão satisfatória. A personagem de Madame Suliman expõe motivações pouco convincentes, revelando-se uma simples peça ao serviço do argumento.
Ainda assim, um Miyazaki "menor" continua a ser um bom filme e a requerer aspas. As oportunidades de ver animação de qualidade nos ecrãs de cinema portugueses não se podem desperdiçar por razão alguma; tais títulos são raros por cá e se não forem falados em inglês mais raros são.
Talvez seja irrealista esperar que algum distribuidor decida arriscar estrear anime de outra natureza 3, sem o potencial de apelar tanto a crianças como adultos; obras que dificilmente seriam classificadas para todos os públicos, ao nível da sequela de «Ghost in the Shell» ou de «Steamboy», cujos realizadores terão renome, mesmo entre nós, para justificar mais que um directo-para-DVD."

http://www.asia.cinedie.com/howls_moving_castle.htm

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Yellow .... Blue... (*)



A estudar Contabilidade ....

... "foi emitido um parecer fiscal á empresa B facturado pela quantia de 50 000.
entra na conta de dividas a receber de clentes (21 do poc) 50 000 a Débito. Anula-se na conta de réditos prestação de serviços (72 do poc) 50 000 a crédito... "

...entre o amarelo e o azul...

A tua noite, A minha saudade

No lugar do coração
Meu amor, colocaste o teu ser
A tua linda canção
Que cantaste na hora do adormecer
Sem acordes perfeitos,
Com voz e timbre tremido
E teus beijos feitos
Devolvendo-me o mundo tão pouco vivido.
Sonhos que me guiam
De quem me leva nos braços
Os teus olhos baços das minhas lágrimas que caíam.
No teu peito dormia embalada pela tua caixa de música
E fitando as estrelas,
Por entre as nuvens e o ser
Pedi o teu sorriso como o meu adormecer.
E mais longe que esteja o céu
Ainda assim lá vou chegar
A lua é tua casa
E a minha o luar.
Que venha o anjo que criaste
Propositadamente
Para me proteger,
A noite é longa e os sonhos grandes
Não sei que caminho escolher...

Cruzamento (esquerda ou direita?)

Invade-me uma completa e profunda angústia. Um sofrimento grande de quem não colhe os frutos da àrvore que plantou. E por vezes a chuva vem e inunda a minha calma, e o sol vem e queima as minhas vontades, eu continuo a tentar por ser assim que tem de ser, por mim e pelo meu orgulho próprio, pelas minhas verdadeiras razões. Porque merecer não basta para obter bons resultados, e mereço pelo meu esforço diário... Deparo-me com a injustiça de não ser correspondida nesta luta comigo mesma, sem saber mais o que fazer para chegar ao limite que pretendo. Como lidar com isso? É impossível ignorar esta frustração que me atropela. Tenho vontade de fechar os olhos, virar as costas àquilo que dá trabalho, aquilo que dói fazer. Para quê? Só iria adiar o meu caminho. Escolher outra corrida não está nos meus planos, e pretendo chegar ao fim desta meta. Pretendo provar a mim própria que sou mais do que aquilo que tenho visto nestes dias, provar que as injustiças não vão interromper a minha vontade de chegar mais longe! Mas até quando?


terça-feira, 13 de novembro de 2007

ShHhHh...

Pode ser sem querer mal. Até pode ser querendo levar a bem as tuas palavras e as minhas acções, mas não esqueço aquilo que ouvi e o que escolho fazer que não ouço.
Por vezes fechar os olhos sabe bem e esquecer que cada um tem sua maneira de ser, e pensar que somos todos feitos dos mesmos sentimentos. Fechar os olhos e redimir-me aos sons que me rodeiam e me escolhem pertencer sem que eu os convide... Acabam por invadir o meu espaço e alguns...alguns ficam na memória... sem sentido.
Podem-se apagar palavras, riscar o erro, emendar um caminho escolhendo outro, mas uma palavra uma vez dita não pode ser retirada. Por mais que doa, foi falada. Por mais que faça suspirar e desejar o infinito acaba depressa. Tem a vantagem de ficar na memória.
Porque uma vez alguém me disse que os burros esquecem, por isso perdoam, os tolos não esquecem e não perdoam, os inteligentes não esquecem e perdoam. As palavras que disseste.
Perdoei mas não esqueço. E rodam e volteiam e não partem nunca... e eu desejo que voem para longe como tola, porque dói menos, e eu escondo o desejo de que o mundo ouça as tuas palavras e te fique a conhecer como conheço.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Jeremy






Em casa


Desenhando figuras


De topos de montanhas


Com ele no topo


Sol amarelo limão


Braços erguidos em V


Os mortos estendidos em poças de cor vermelha por baixo deles


O pai não deu atenção


Para o facto da mãe não se importar


Rei Jeremy, o perverso


Governou seu mundo


Jeremy falou na aula de hoje


Lembro-me claramente


Perseguindo o garoto


Parecia uma brincadeira inofensiva


Mas nós libertamos um leão


Que rangeu os dentes


E na hora do intervalo deixou a fama de maricas


Como eu poderia esquecer


E acertou-me com um soco de surpresa


Meu maxilar ficou magoado


Deslocado e aberto


Assim como no dia


Como no dia em que ouvi


pai não dava carinho


e o garoto era algo que a mãe não aceitava


Rei Jeremy, o perverso


Governou seu mundo


Jeremy falou na sala de aula hoje


Tente esquecer isto


Tente apagar isto


Do quadro negro


Jeremy falou na sala de aula hoje